segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O teatro de rua é um género teatral que traz na bagagem séculos de histórias e influências das mais diversas que misturam-se entre as inumeráveis linguagens artísticas, ele muda o cotidiano da cidade,transforma o olhar dos transeuntes fazendo-os refletir sobre si próprio o lugar onde vive como vive e porque vive. O espaço público ganha vida com a voz e a imagem dos que se manifestam politicamente e socialmente através da arte; a ausência do palco amplia a interação com o público ao ponto do próprio público também se tornar personagem na peça teatral, é como resume poeticamente o ator Harley Nóbrega:


No teatro de rua o ator tem outra relação com o público
O contato é cara a cara
O ator olha nos olhos de quem o olha
Cheira o público que também o cheira
Toca no público que também pode o tocar
Conversa com seu publico
Ouve seu público
Compartilha beijos e abraços.
Os cinco ou mais sentidos estão abertos para a troca.”

Então fica o recado: Não perca a oportunidade de assistir a uma peça teatral , pois você pode estar perdendo a oportunidade de conhecer o que a arte tem de melhor a oferecer a todos nós, a oportunidade de conhecer a si próprio através do outro!

Thiago Saraiva
Grupo Sinos de Teatro

Eu poderia começar falando do som dos sinos, que atravessam horizontes com o ressoar de seus ecos. Os sinos têm sete ecos, o número da perfeição, cabalísticos, são eles: Alex, Alinie, Cléverson, Isa, Jean, Rafaela e Thiago. Mas, como eu havia falado, não falarei inicialmente dos seus sons e sim dos seus cheiros. Você sabe quais cheiros têm os sinos? Eu tenho certeza que você já sentiu. Eu vou dizer então. Os sinos têm cheiro de “oi de pitomba”, “bochecha do Kiko”, “pastel de queixo”, “braço de elástico” e “pequeno polegar”. Até mesmo o senhor Miag e a Minnie exalam por aqui. Você notou que todos eles já acompanhavam você desde a sua infância? Eles ressoam em cada parte do mundo, às vezes agrupados, outras vezes juntos, mas nunca sozinhos. Pare um pouco e perceba, eu não quero fazer você acreditar que eles existem. É simplesmente fazer você lembrar que o lúdico existe, que as brincadeiras e piadas que parecem não ter a menor graça nunca saíram da moda, (elas estão em toda parte, às vezes agrupadas, às vezes juntas, mas nunca sozinhas). Quero também fazer você lembrar que a “Cinderela”, “Os três porquinhos” e o “Cabeça de cuia” sempre se renovam e nunca ficam velhos ou morrem. Silvana Duboc escreve: “... e assim são as palavras escritas: possuem um magnetismo especial, libertam, acalantam, invocam emoções... Elas marcam um momento que será eternamente revivido por todos aqueles que a lerem”.
A filosofia de Heráclito acompanha os sinos. Um deles certa vez me disse a seguinte frase: “se você não aceita as mudanças você irá sofrer”.
As badaladas esquentam cada sino, até ser fogo, em seguida eles mudam: de sorrisos e gargalhadas a três porquinhos, outros vão de Super Mário Brós a Street Fight: “tgch, tgch”. Outros dormem e têm eternos sonhos com Ben 10, outros dançam, outros “óia”. Outros “num tem, num tem”. Eles vão de pulos a Super Pulos a Super Homens a Super Mulheres... Nossa como eles viajam! Se juntam todos e “tibunco” na mochila e às vezes a jato. Infantis, nunca sabem se aqui é aqui, ou se aqui é acolá.
Bom dia meu povo e minha pova é com muito prazer que trago para vocês o espetáculo Grupo Sinos de Teatro!

Autor: Cléverson R. do Rêgo