sexta-feira, 4 de maio de 2012


TEATRO DE RUA SINOS - HISTÓRIA

    O Teatro de Rua Sinos é um grupo formado por estudantes de Artes Plásticas, Letras e Filosofia, da UFPI - Universidade Federal do Piauí, mas não tem nenhuma ligação financeira com a instituição. A história do grupo começou no segundo semestre do ano de 2008 pelas salas de aula da universidade, nas disciplinas práticas onde aconteciam algumas cenas dramáticas. Nestas cenas o ator Jean Pessoa foi observando, como quem não quer nada, alguns alunos que se destacavam nas encenações e teve a idéia de convidá-los para formar um grupo de estudo. E assim foi acontecendo, em um seminário Jean fez uma encenação curta do texto "O auto do Lampião no Além", juntamente com Rafaela Fontenelle e Alinie Moura. Paixão a primeira vista! O convite foi feito às duas e as mesmas aceitaram de cara. Os seminários deram-se continuidade nos dias e semanas que se passaram, foi quando em uma outra disciplina Jean teve a oportunidade de contracenar com Thiago Saraiva, outro fera que logo de cara também aceitou o convite de fazer parte do grupo. Já eramos 4, um número bom, mas precisávamos de mais uma pessoa para assim podermos montar o texto de Sylvia Orthof: "Eu chovo, Tú choves, Ele chove". Então convidamos uma amiga do curso, Alice, que chegou a fazer algumas leituras com a gente, mas não pode ficar por conta da familia, filhos, marido. Após isso veio à cabeça de Jean a lembrava de um rapaz que mostrava-se muito interessado em fazer teatro: Cléverson Rodrigues, do curso de filosofia. Fizemos o convite e a aceitação foi imediata. Iriamos montar o texto de Sylvia Orthof em palco italiano, mas como para grupos novos e sem grana a dificuldade de se arranjar pautas em teatro sempre é muito grande, paramos, pensamos e foi lançada a proposta por Jean: "Vamos fazer teatro de rua?". Excitação geral! _Mas como assim? Diziam alguns. _Como vamos fazer esse texto na rua? Diziam outros. _Não vamos montar esse! Tenho outro texto para a gente começar de vez! Dizia Jean. Não tinhamos experiência alguma com teatro de rua, alguns nem com o próprio teatro profissional, apenas o da vida; mas mesmo assim demos as caras a tapa! Fomos! Depois de alguns dias de leitura, ensaios e mais ensaios, montamos uma parte do texto: " Três contos que vou te contar" de Lou de Olivier. A montagem se chamava: "Guimerela"; era uma sátira ao conto Cinderela. Estreamos no dia 11/10/2008 em frente a uma loja de esportes, em comemoração ao dia das crianças. Foi uma loucura! Disputávamos com sons de carros, motos que passava nas ruas, com comelôs; mas havia um público, formou-se uma meia lua para nos assistir e eram vários sorrisos. Ficamos contentíssimos após a apresentação e não paramos mais. Fizemos várias apresentações com esta peça e logo em seguida passamos a pensar num novo espetáculo. Foi quando Jean escreveu um texto, chamado: "Averdadeira história de Romeu e Julieta". Eramos 5 pessoas e o texto pedia mais 2 para completar o elenco. Foi quando Alinie e Rafaela sugeriram a atriz Isa Marília e eu convidei Alex Reis, um calouro da universidade. Tudo correu muito bem, eles logo aceitaram o convite e começamos a trabalhar. O grupo, ainda independente, custeou todo o espetáculo: figurinos, maquiagens, adereços, etc. e caiu no campo, mesmo sem propostas de contrato. Fomos às ruas, mostramos o nosso produto e choveu de compradores. A aceitação do novo trabalho, agora mais profissional por conta das experiências práticas que obtivemos nas ruas, foi muito grande e passamos 1 ano e 4 meses apresentando, viajando, trabalhando com o espetáculo. O grupo já era uma família e como em toda família há suas desavenças, no grupo Sinos não seria diferente. Afastava-se do grupo, no finalzinho de 2010, a atriz Rafaela Fontenelle e foi um baque para todos. Ninguém acreditava. O espetáculo acabou! A verdadeira história de Romeu e Julieta acabara sua turnê. O grupo se distancia por conta das férias da universidade e por falta de um novo projeto. Com esse distanciamento Thiago Saraiva emprega-se no comércio para poder sustentar sua família, ele tornara-se pai. Isa Marília passa num concurso em outro estado, Alex Reis começa a estudar em duas universidades e a dar aulas em uma academia. Ficamos em 3: Jean, Alinie e Cléverson. E agora, o que fazer? Jean, ainda presidente do grupo nesta época, viu tudo parado e decidiu movimentar o espaço; escreveu o texto: "Dona Flor e seu único futuro marido" e convidou Alinie para contracenar com ele e não deixar o grupo morrer. Ela aceitou na hora. Era um texto para dois atores, que no final das contas ficou com quatro no elenco. Motivo: eu e Alinie percebemos que não sabiamos tocar todos os instrumentos e precisavamos de sonoplastas. Convidamos Cléverson e Jeff Brito (estudante de música na UFPI). Jeff, até então, não fazia parte do grupo, mas já era um grande amigo de todos e já havia assistido todos os nossos espetáculos. Ele foi convidado para fazer o arranjo da peça Dona Flor e acabou virando ator fazendo parte do elenco. A peça estreou em fevereiro de 2011 e desde então não parou mais. Na primeira apresentação do espetáculo, o grupo convida Rafaela Fontenelle para ajudar na contra-regragem. Ela topa e observa-nos em todo o processo desde a maquiagem até o apresentação. Ao final ele diz:_ Me deu uma vontade de estar com vocês, atuando. E Jean: _ Você quer? Bastou apenas ela dizer sim e na semana seguinte ela já estava nos ensaios completando o elenco e o grupo novamente. Hoje o grupo está com pessoas fixas: Alinie Moura, Isa Marilia, Rafaela Fontenelle, Cléverson Rodrigues, Jeff Brito e Jean Pessoa. Os outros, Alex Reis e Thiago Saraiva, ainda badalam os sons do Sinos e dão suas contribuições para o grupo sempre quando podem. No mais, somos oito badalos com sons diferentes, mas que compõem uma mesma unidade.

Um comentário:

  1. gostei muito de saber mais sobre vcs, só sabia partes dessa bela história de encontros do "acaso" e paixão pelo teatro, sucesso e muitas "badaladas" pra vcs do sinos teatro

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